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Foto do escritorAdriana Gardin

Pai e Mãe: tomando posse de suas funções

A importância de estabelecer limites e responsabilidades na educação de filhos adolescentes


“Eu desisto! Não sei mais o que fazer com este menino, entra e sai nos finais de semana sem nem ao menos dar satisfação!”.;


“Tudo que esta menina precisa ela tem, não falta nada pra ela...”;


“Convive com o namorado como se fossem casados”;


...“Em uma loja disse que sou (xingamentos) bem alto”...


Estes são alguns desabafos feitos por pais que se sentem frustrados, perdidos em seus papéis e que buscam ajuda para (re)direcionar a educação de seus filhos. Claro que, em situações relacionais, não há respostas definidas. O que existem são caminhos a serem construídos, considerando as variáveis encontradas no percurso.


Atualmente percebo o quanto os pais e responsáveis se perdem quando há a necessidade de agirem ante a circunstâncias em que se exige uma posição definitiva e pontual. Por exemplo, de repente, o filho ou a filha diz que quer viajar no final de semana, mas não houve um planejamento para tornar esse pedido possível, seja de ordem financeira ou outra razão que comprometa a dinâmica familiar.


Quando a relação já está fragilizada, pode surgir a tentação de “tapar o sol com a peneira”, cedendo aos desejos dos filhos, sem pensar bem nas consequências de tal ato.


Em situações como essa, os adultos responsáveis até compreendem qual “peça” deve ser removida ou transformada, mas, ao “não encontrarem forças” para tomar uma atitude, tornam-se omissos e seguem em frente. Isto é o que pode ser chamado de “naturalizar” comportamentos muitas vezes inaceitáveis para os próprios padrões educativos.

Entre o desejo e a necessidade

Uma das funções de mães, pais e responsáveis é estabelecer limites e confiar na capacidade de os filhos suportarem ouvir “não” quando preciso. Também devem acreditar que os filhos podem esperar para obter o que desejam quando conquistarem maturidade suficiente para terem algo específico, vencendo as próprias dificuldades. É importante salientar que, assim como o não, o sim também acarreta responsabilidades.


Em meus atendimentos, percebo que o mais preocupante é ver os pais justificarem esta omissão afirmando que os filhos têm tudo o que querem e, mesmo assim, não demonstram nenhum respeito. No entanto, a maioria se esquece que os pais têm, na verdade, a função de orientar.


Sendo assim, a primeira grande lição que devem aprender é a de observar e atender às necessidades e não os desejos dos filhos. Ao atender às necessidades dos filhos, demonstramos que temos respeito por eles e, somente assim, é que seremos respeitados.


Note que desejos também podem guardar necessidades ocultas que só podem ser reveladas por meio de um “querer saber” genuíno. No exemplo da filha ou filho que quer fazer uma viagem no final de semana, simplesmente dizer sim e oferecer as condições, ou dizer não sem dar explicações, somente contribui para uma falsa estabilidade na relação.


Por outro lado, perguntar porque a viagem é importante, se realmente só pode ser feita agora, como seria deixar para outro momento, entre outras questões que aproximem essas famílias à compreensão das necessidades dos membros que a compõem, cria a oportunidade de conexão e respeito mútuo.


Estabelecendo escalas de valores na educação dos filhos adolescentes

Situações como as do início deste texto também me levam a refletir o quanto os pais se perdem no que realmente devem ou não exigir dos filhos. Uma das razões para estes conflitos e situações, aparentemente, insolúveis está diretamente relacionada ao não estabelecimento de uma escala de valores próprios em que se pautará a educação dos filhos.


Ou seja: os pais vivenciam dificuldades no modo como os conduzem e, a partir daí, sentem-se fracassados, culpados, infelizes e desvalorizados. Como consequência direta, os filhos não os respeitam, tampouco outras figuras de autoridade, porque não as reconhecem em nenhum âmbito social.


Além disso, também desconhecem seus próprios papéis, perdendo, inclusive, a direção na escolha dos próprios caminhos, sem desenvolverem suas potencialidades mesmo quando adultos.


Desta forma, na importante e trabalhosa tarefa de educar, os pais precisam definir qual escala de valores será utilizada, sem se deixarem levar por aquelas estabelecidas por outros (amigos próximos, familiares, sociedade). Afinal, cada família possui as próprias especificidades e necessidades, não sendo possível se sustentar a partir de algo construído e estabelecido por outros que as desconhecem.


Deixe aqui nos comentários o que fez sentido para você nesta reflexão. Nos vemos no próximo post!





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