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Foto do escritorAdriana Gardin

Podemos melhorar nossa resiliência?

O que a neurociência tem a dizer sobre essa habilidade


Começo o post adiantando que sim, é possível melhorar nossa resiliência. Se você é uma mãe antenada, já ouviu falar sobre esse termo. Vamos aprender um pouco sobre o que a neurociência já pode comprovar em relação ao desenvolvimento dessa habilidade tão importante?


Boa leitura!


O que é resiliência?


Para Richard Davidson neurocientista e PhD em Psicologia, a resiliência é definida pela velocidade com a qual uma pessoa se recupera de uma adversidade e se recupera com determinação, levando na bagagem a aprendizagem adquirida nesta adversidade.

Essa rápida recuperação está ligada à ativação do córtex pré-frontal esquerdo e à amídala cerebral. Os sinais enviados entre o córtex e a amídala são os responsáveis pela recuperação da pessoa frente a essa experiência negativa.

Agora pensa comigo: em uma pessoa resiliente o nível desta ativação chega a ser 30 vezes maior. O que os estudos comprovam é que a resiliência é dirigida por circuitos cerebrais específicos e já podem ser identificados por métodos laboratoriais.


O que é importante saber?


Esses circuitos podem ser intencionalmente ativados e com isso nos tornar mais resilientes. Caso você seja uma pessoa mais sensível e sinta que sofre impactos muito grandes, mesmo em pequenas adversidades, nada impede de desenvolver em si mesma uma maior capacidade de resiliência.


Muitas ações que podemos realizar estão nas nossas mãos. Neste post, vou compartilhar três possibilidades para o aumento e fortalecimento da resiliência.

  1. Atenção plena

Atenção plena significa estar totalmente presente numa ação, mesmo corriqueira.


Por exemplo, ao comer, você vai dirigir sua atenção totalmente para o alimento, sentindo o sabor, o aroma, a textura… Celular nem pensar, hein!


Ao tomar banho, esteja no banho sentindo a água morna percorrer o seu corpo, o cheiro do sabonete, sem deixar a mente ruminar problemas ocorridos no seu dia, você vai deixar para amanhã o que pode ser resolvido amanhã. Se você colocou uma musiquinha enquanto toma banho, dê atenção à música.


Você pode ficar pensando assim: nossa, falar é fácil, quero ver fazer! Calma!


Se você tem entre 30, 40, 50 anos ou mais e já viveu todos esses anos habituados ao automático, você vai ter mais dificuldades mesmo. Atendo pacientes que me falam exatamente isso, mas sabe aquela palavrinha mágica chamada “processo”?


Pois bem, é um treino exatamente como fazer academia, ir à fisioterapia, aprender um idioma novo. Ah, gente! Nós não nascemos sabendo escrever, aliás, nós não nascemos sabendo fazer nada, né? Entenda que nós aprendemos ao longo da nossa vida todos os hábitos que realizamos hoje, de forma aleatória, o que significa que aqui o trabalho é intencional.


Então vamos lá?


Cada vez que você perceber que a mente quer passear em algum lugar, chame sua atenção delicadamente para sua respiração, compreendendo a sua escolha. Você está escolhendo fazer esse treino para se fortalecer internamente e ter maior satisfação com a vida e ela somente existe no momento Presente.

  1. Aprendizagem vicariante

Esse termo foi descrito pelo psicólogo canadense Albert Bandura, autor da Psicologia Social Cognitiva. Trata-se de uma aprendizagem que se dá pela observação das experiências de outras pessoas.


Dessa forma, desenvolvemos a percepção de que podemos aprender mesmo sem ter de passar por determinada situação. Aprender como outra pessoa resolve um problema contribui para a resolução de problemas que podemos ter semelhantes àqueles, além de desenvolvermos a flexibilidade cognitiva, que é a capacidade de pensar por outras perspectivas e não apenas olhando sob o ponto de vista habitual que já temos.


  1. Cultivo de amizades

Como seres humanos, tendemos a buscar senso de pertencimento e é importante para todos nós pertencermos a um grupo. São inúmeros os problemas daqueles que não sentem que pertencem a um grupo familiar, por exemplo. Família é um grupo também.

Através da amizade é possível trocar ideias e ampliar a percepção das formas como nossos amigos veem o mundo.


Isso traz sentimento de união, pertencimento, e a segurança de não estarmos sozinhos, o que produz muitas emoções positivas. Assim, acontece uma maior ativação no lobo frontal, responsável pela flexibilidade cognitiva.


Somos mais que matéria


Olha só quantas descobertas a neurociência já revelou. A vida nos dá oportunidade de renovação para revermos a nossa forma de nos relacionar conosco, com nossa família de origem, com a família que construímos, assim como de considerar que somos ligados por mente, corpo, espírito, alma, ou a forma que você preferir chamar.


Estamos interligados e somos parte de um todo maior. Podemos alimentar melhor o nosso cérebro, não só o nosso corpo, e melhorar a nossa resiliência que é algo fundamental para o meu, para o seu, para o nosso florescimento.


Se você se interessa por temas para desenvolvimento de habilidades emocionais e socioemocionais para a vida prática, continue acompanhando os posts, comente e sugira novos temas para enriquecer nossas aprendizagens por aqui.

O conteúdo sobre como podemos melhorar nossa resiliência também está disponível neste vídeo. Desfrute!


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