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Foto do escritorAdriana Gardin

Seja a mãe que você quer ser em 2022

Lidando com a adolescência a partir da sustentabilidade emocional






Chegamos ao final de mais um ano e está sendo ainda um ano de muita confusão, turbulência e mudanças. Se você trabalha, precisou voltar ao trabalho, os filhos voltando aos colégios e tendo que lidar com retorno às aulas, escola que abre, escola que fecha, quantas dificuldades foram enfrentadas!


E você? Como você, mãe, lidou com esse ano? Como você avalia a sua relação familiar? A partir dessas e outras perguntas, venho fazer um convite para você lançar um novo olhar sobre o decorrer de 2021 e a chegada de 2022.


Cada ano que passa é um ciclo. Por mais que seja contínuo, acaba dezembro, começa janeiro, a vida continua. Mas quais são as forças que você leva para o próximo ciclo? O meu convite é para você olhar para o que funcionou, quais foram as situações positivas que a tornaram mais fortalecida, e vou explicar porquê.

O cérebro primitivo

Nós somos treinados a utilizar muito mais o nosso cérebro primitivo, aquele que está sempre vendo as coisas que não funcionam bem, onde eu erro e o que não dá certo. Isso faz com que a gente olhe também para os erros dos nossos filhos, no que eles não dão certo, suas reações com irritabilidade, como eles não sabem lidar com as emoções.


Mas olha só: nós não fomos ensinados em nenhuma época a lidar com as nossas emoções. Nenhuma escola ensinou o que fazer quando nos sentimos irritados ou tristes. Ao longo da vida, praticamente fomos ensinados a reagir ao medo, ao perigo, às coisas ruins que nos acontecem, esse é o cérebro primitivo, importantíssimo para nossa sobrevivência, uma vez que nos protege dos perigos reais.


Ao ter consciência disso, é importante que a gente olhe nossas circunstâncias e treine o nosso cérebro, porque nós precisamos fazer um treino, já que temos recursos internos melhores para olharmos as coisas que deram certo de maneira intencional.


Mães normalmente vivem imersas a culpas maternas. Sentimos culpa porque o filho tem um comportamento X, porque que o filho não deu “certo”, porque agora que ele é adolescente e não conversa muito, ou fica muito tempo nas redes sociais, ou ele só quer saber dos amigos, como se tudo isso fosse uma falha.


Pensa: se nós temos intenções que nos motivam a agir de determinada forma, deveríamos estar atentas à razão pela qual os filhos fazem o que fazem. O que significa, ou que importância tem certas ações para ele? Importar-se é saber o que é importante para o outro e não apenas para nós. É por isso que não se trata de uma falha, mas de uma fase.

Falha ou fase?

Isso mesmo! É uma fase, um período do desenvolvimento. E aproveitando que final de ano sempre nos remete às nossas histórias, o que inclui o resgate do que não está funcionando bem, muitas vezes podemos até lembrar da nossa própria adolescência e das nossas dores, por meio das situações que os filhos passam.


É como se cada situação funcionasse como um gatilho para que a gente se veja novamente em frente àquele espelho, que reforça como nós não soubemos lidar conosco também.


Essa é uma fase que os filhos precisam ainda mais de nós. Quanto mais eles têm atitudes que os distanciam dos pais, é nesse momento que eles mais precisam que os pais estejam juntos. E quando nos abrimos para olhar essa necessidade, para nos mostrarmos inteiros, estando presentes, mais o campo vibratório daquele filho também se abre para ouvir e entender.


Uma das situações que mais estão emergindo hoje, socialmente, é a necessidade de aprendermos a sermos mais saudáveis emocionalmente, é a chamada sustentabilidade emocional.

Sustentabilidade emocional

Felizmente, vamos ouvir cada vez mais que temos recursos. A ciência já avançou para trazer recursos e pesquisas que demonstram como fazer para nos tornarmos cada vez mais saudáveis emocionalmente, para sermos sustentáveis emocionalmente. Essa sustentabilidade emocional é um cuidado para o futuro.


Em lugar de viver “apagando incêndios”, nos cuidamos hoje de forma que a vida presente e futura seja madura e sustentável emocionalmente. Então, uma das coisas que devemos entender, em termos de relacionamento, é que nós precisamos nos aproximar dos outros como uma pessoa que se importa com o outro.


Quando um filho está numa situação de ficar sempre no computador ou no quarto, ao conversar com esse filho, devemos ter uma conversa de “olha eu me importo”, “eu gostaria de saber o que está acontecendo”, “eu gostaria de ver o que você está vendo”.


Ter interesse genuíno pelo mundo desse filho, entrar no universo dele. E isso traz muitos entraves porque se não é algo que foi construído, não vai acontecer da noite para o dia. É algo que vai precisar ser construído de maneira diferente. Nesse sentido, eu gostaria que você fizesse uma reflexão de todo esse ano. Pensa… janeiro, fevereiro, março…





Quantas vezes você sentiu o desejo de estar mais próxima desse filho? Qual foi o seu maior desafio? Como você conseguiu lidar com esse desafio?

A roda da vida não para de girar

Você atravessou essa fase lidando com o seu universo porque nós temos uma roda da vida. Essa roda da vida não é apenas a maternidade. Na vida de uma mulher existem outras atuações: a profissão, a casa, o financeiro, os próprios sonhos… Como você lidou com a totalidade da sua roda da vida?


A espiritualidade é um grande campo de força. Como você olhou para esse grande campo de força que você tem? Como você alimentou a sua espiritualidade nos tempos de turbulência?


As adversidades estarão sempre aí, mas as adversidades nos tornam fortes dependendo da maneira que reagimos a elas. Nossas reações têm relação com as nossas crenças. A época dos nossos pais foi uma época. Hoje nós vivemos outro momento. Como estão suas crenças, seus valores?


O autoconhecimento é algo fundamental. Saber o que importa para você, para sua família. Como família, o que você já sabe de si mesma que você quer colocar no mundo? O que quer passar para esse filho? O que almeja trazer para a vida?


Reflexões da virada

Independentemente de ter ou não uma religião, ter ou não um caminho espiritual, socialmente estamos vivenciando um final de ciclo que sempre vem acompanhado de reflexões de fim de ano do tipo: “Nossa, como está a minha vida?” “O que eu quero modificar?”


Você já encontrou essa chave de virada ou ainda está buscando? Seja como for, é importante conhecer suas forças e fraquezas.


No mundo coexistem coisas boas e ruins. Não tem um bom limpo total e um mal sem serventia nenhuma. Sempre tem uma serventia porque nos traz um aprendizado. Quando nós conseguimos aprender algo, aquilo não se repete mais na nossa vida, porque a gente o transformou em outra coisa.


Veja quais são as suas forças, quais são as suas fraquezas, o que você ainda precisa fortalecer e o que já se tornou forte. Não podemos perder de vista as forças que temos e nem as nossas fraquezas, porque a força vai impulsionar aquelas fraquezas para que elas se fortaleçam. Fraquezas, neste contexto, significa aquilo que é positivamente potencial em nós, mas que nos custa desenvolver.


Por exemplo, tenho facilidade de me conectar com as pessoas (força), mas não estou conseguindo me aproximar do meu filho (fraqueza). Essa força potencial é o que vai contribuir para que você busque os recursos necessários para transformar essa fraqueza pontual.


Pensando nisso, faço mais um convite: fazer uma atividade para você se conectar com a grande virada interna que vai ajudá-la a ser não somente a mãe que você deseja ser em 2022, mas também uma pessoa amadurecida emocionalmente e consciente da sua roda da vida. Que tal? Papel e caneta na mão e vamos à reflexão!


  • Se você fosse dar um nome para este ano, que nome você daria?

  • Qual foi o maior desafio que você enfrentou?

  • O que você aprendeu desse desafio?

  • Qual foi o presente que 2021 trouxe para você?

  • O que você deseja deixar aqui neste ano, que não quer levar para o ano seguinte? Pense no que você quer desapegar, por exemplo.



Anote tudo e revisite suas reflexões para nutrir as suas forças e lembre-se: sempre teremos um ponto cego na nossa vida e esse ponto cego é necessário que seja iluminado. Você é luz e precisa acender a sua luz e deixá-la acesa.



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