O desafio do desapego para a própria evolução e desenvolvimento emocional dos filhos
Dentre as várias funções de uma mãe, podemos destacar que mãe é aquela que nutre, orienta e conduz o filho, despertando o seu potencial. Caso você seja uma mãe fisicamente presente, saiba que não é possível delegar este papel a outros, a menos que de forma consciente seja da sua escolha não desempenhar esta função diretamente.
É a partir deste apoio, que o filho constrói, gradativamente, seu desenvolvimento como ser humano para que você, ou quem desempenha esta função, se torne totalmente dispensável após esta aprendizagem.
Leia novamente a frase em destaque.
Estranhou? É isso mesmo! A maior missão de uma mãe – por isso eu chamo de missão – é tornar-se dispensável.
Isso não significa dizer que a presença da mãe não seja importante durante toda a vida de um filho. Ao contrário, ela é. Porém, esta maneira única e essencial em cada fase, faz com que a mãe seja referência de amor, cuidado e doação. É aquela figura que ofertou a própria força quando o filho ainda não havia desenvolvido a sua.
Mas, chegado o momento em que ela percebe que o filho já sabe caminhar, já aprendeu aquela lição para a qual foi orientado e acompanhado, é hora de deixá-lo seguir para as novas etapas da vida com autonomia e construindo, assim, a estima por si mesmo.
Reconhecendo e aceitando as escolhas dos filhos
Com a lição aprendida, a mãe se sente feliz ao perceber que teve sucesso no trabalho de desenvolver o filho. Este, por sua vez, também se sente feliz pela oportunidade que lhe foi concedida: aprender pelas mãos da própria mãe, fazendo agora sozinho as próprias escolhas.
Como mãe, cabe compreender e confiar que o que ensinou com amor e força está impresso na mente e no coração deste filho e o acompanhará em todas as etapas da vida dele. É bem certo que, muitas vezes, as decisões tomadas por ele são bem diferentes do que é esperado.
Ou seja, há escolhas que os filhos fazem com base nos pensamentos e desejos deles e não têm nada a ver com o que as mães esperam, mas as resoluções são deles e, com isso, continuarão a aprender e a crescer, dando continuidade a sua natural evolução.
Ao permitir que a sociedade ou outras origens de referência passem a pautar a forma como se deve orientar e conduzir os filhos, haverá um distanciamento precoce e inevitável de muito do que a mãe acredita.
Muitas mães, inclusive, acreditam que suas funções se limitam a cozinhar, levar à escola, lavar, passar, fazer a festa de aniversário, dar presentes, trabalhar para ter o dinheiro para a “melhor escola”, o “melhor curso de inglês”, o “melhor calçado”... Mas, apesar de fazerem parte das funções de uma mãe, não são atividades consideradas essenciais. Elas podem ser delegadas a outras pessoas.
O essencial, imprescindível, começa na intenção de desempenhar a função materna. É aquilo que se inicia ainda no próprio ventre, quando o filho está sendo gestado, ou no coração, caso tenha sido adotado: o seu desenvolvimento emocional.
Contribuindo para o desenvolvimento emocional dos filhos
O desenvolvimento emocional possibilita aos filhos ter autoestima e autoimagem positivas. Com a ajuda da mãe, ele aprende a conhecer a si mesmo, gostando de quem se é, reconhecendo seus pontos fracos e fortes, valorizando-os ou se aceitando.
É assim que ele constrói a própria individualidade, sem se comparar aos outros. Também compreende quais são os valores da família, que é a sua base de referência, e que estes não se compram, mas sim, são desenvolvidos dia a dia.
Com isso, compreendo ser importante enfatizar que uma mãe jamais deverá esquecer que a maternidade é uma missão. Missão esta que consiste em ser o que de mais essencial é necessário para formar outro ser humano.
Neste caso, é inevitável tornar-se, gradativamente, dispensável e que o desapego seja construído simultaneamente à própria evolução e em paralelo ao crescimento do filho.
Você se considera pronta para tornar-se dispensável?
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De verdade, amei essa idéia na teoria, até então, não havia pensado assim, e esse pensamento fez todo o sentido, um ideal, pra mim agora. Na prática preciso trabalhar para alcançar esse objetivo...