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Foto do escritorAdriana Gardin

Desenvolvimento da consciência emocional no processo de maternar

Veja as principais distorções ou erros cognitivos que fazem parte do universo materno



Partindo do princípio de que maternar também é estabelecer conexão com o outro, visto que estamos falando de relação humana, e que para tal conexão acontecer é imprescindível o autoconhecimento e o desenvolvimento da consciência emocional, decidi abordar no post de hoje o tema distorções cognitivas.


Mesmo que você ainda não tenha ouvido falar sobre isso, certamente vai reconhecer que se trata de algo presente no nosso cotidiano, a partir do que vou listar ao longo do texto.


Fique atenta porque ao final vou sugerir uma prática para facilitar sua compreensão e transformação!

Consciência emocional? Para quê?

Já ouviu aquela máxima, “aquele que não conhece a História está fadado a repeti-la"? Ter consciência emocional é o caminho mais direto para conhecer a si mesma e não repetir os velhos erros.


Por isso, nas minhas postagens estou sempre falando sobre o acolhimento dos nossos próprios processos. Por exemplo, ao recordar nossa adolescência nos damos conta do contexto que vivíamos, percebendo que cada filho e cada filha vivem em novos contextos, reconhecendo-os como únicos, porque cada ciclo do desenvolvimento é único.


O mesmo é válido para o reconhecimento de nós mesmas como ser diverso e que, portanto, nossa satisfação nos ciclos da vida não está somente no ato de maternar, também temos outros interesses e preocupações.

O que as distorções cognitivas têm a ver com isso?

Já já você verá que tem TUDO A VER!


Ao procurar a palavra distorção no dicionário, dentre outras explicações, vamos encontrar termos como alteração, deformação, desvirtuamento…


Quando nossa percepção da realidade está comprometida, alterando, deformando ou desvirtuando essa realidade, e nossa realidade é composta de várias atividades com e em relação ao outro, como vamos estabelecer conexões verdadeiras e seguras?


Veja a seguir a lista que separei para lançar luz a esta questão.



5 distorções cognitivas que podem atrapalhar seu processo de maternar


Antes de entrar na nossa “top 5”, quero esclarecer que os exemplos dados estão focados no maternar, mas pode ser aplicado em todas as áreas da vida, tá bom?


Vamos lá!


1. Sei muito bem que você tá querendo me enrolar!


Olha, essa é a síndrome da leitora de mentes: pensar ou imaginar que sabe o que o filho está querendo, sem nenhuma evidência. Como criar um ambiente de confiança se já partimos do princípio de que a outra pessoa quer me enganar?


Para evitar cair nesse tipo de armadilha, tenha paciência e coloque-se no “modo perguntar” e na “escuta genuína” para receber as respostas com o mínimo possível de leitura de mente.


2. Ele experimentou maconha e agora vai ser um viciado!


Aqui temos duas distorções em uma: a primeira tem a ver com adivinhar o futuro a partir de uma constatação. Neste caso, descobrir que o filho experimentou a cannabis. A segunda é a catastrofização, que é acreditar que algo terrível vai acontecer. Observe como tanto uma quanto a outra levam a um cenário negativo da situação.


Em relação às drogas, muitas vezes as mães acreditam que será um caminho sem volta, mas nem sempre é assim, porque cada situação é única. Isso não significa que não deve haver preocupação, significa que é importante acompanhar e deixar a porta do diálogo sempre aberta, visando a confiança.


Para saber mais sobre esse assunto, deixo aqui o convite para a live Drogas e adolescência: mitos e verdades que fiz em parceria com o psicólogo Daniel Corrêa, na qual falamos sobre uso, abuso e dependência, respondendo algumas perguntas sobre os medos das mães quanto aos filhos tornarem-se dependentes, dentre outros aspectos acerca do tema.


3. Adolescentes são aborrecentes ou rebeldes sem causa


Esse tipo de comentário, adotado coletivamente como premissa básica, reflete a distorção da rotulação, com a qual se remete a traços negativos em relação ao outro ou a si mesmo.


Como as distorções têm origem em primeiro lugar no pensamento, poder fazer um registro do que tendemos a pensar a nosso respeito e dos outros, torna-se uma ferramenta de poder de autopercepção e transformação.


4. Tudo o que eu faço não serve pra nada!


Expressões como tudo, nada, jamais, etc, não representam a realidade. Por isso, esse exemplo reflete a distorção do pensamento dicotômico, com o qual os eventos vivenciados ou a relação com as pessoas de modo geral, ficam resumidos a tudo ou nada.


Se a gente cultiva a percepção de que as relações são uma construção, veremos que esse tipo de pensamento passa a ser uma crença sem sentido. É só olhar para os ciclos vividos anteriormente com os filhos: o que foi feito durante a amamentação não serviu para nada? Tudo o que foi feito até os dois anos não serviu para nada?


5. Eu não deveria ter feito isso!


“O que passou, passou” e “Não adianta chorar o leite derramado”, são ditos que carregam suas verdades e são um alerta para combater a distorção da orientação para o remorso. Essa é a típica distorção que nos aprisiona ao passado, quando deveríamos focar no que pode ser feito agora.


Vamos ao exercício?


Gosto muito de propor práticas porque elas contribuem para uma melhor compreensão do que nos propomos a transformar.


A ideia é a seguinte:


● Identifique de 0 a 10 o quanto você comete uma das distorções citadas;

● Encontre exemplos seus do dia-a-dia que poderiam exemplificar cada distorção.


Com isso, você aprenderá a identificar e nomear as distorções cognitivas presentes nos seus hábitos e, cada vez que elas surjam, questioná-las abrindo a possibilidade de transformá-las em pensamentos mais realistas, consequentemente em pensamentos e ações mais positivas (ou construtivas).


Fez sentido para você? Deixe seus comentários aqui no post!

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